Dia 01/10/2018. Esse foi o dia que saí da casa dos meus pais. Só que eu não saí pra um bairro do lado ou pra uma casa perto. Eu saí de Brasília e fui pra São Paulo, a cidade mais doida do Brasil.
Desde que comecei no Stand-Up, eu já avisava meus pais que uma hora ia ter que me mudar pra SP. Foram quase três anos avisando minha mãe, e ela sempre respondia: "Você não é doido de deixar sua mãe!" Mas, no fundo, ela sabia que esse momento ia chegar. Lá em casa, sempre fomos muito unidos. Como eu posso explicar, a todo momento estamos grudado. Pra você ter ideia colocamos colchão na sala pra gente assistir e ao mesmo tempo pegar no sono. Não tem tv no quarto. Vamos colocar um colchão na sala e ficar juntos mesmo!! Sempre foi assim.
O que mais me pegou foi ter que ficar longe da minha irmã mais nova, a Denise. A gente tem 11 anos de diferença, então sempre fui muito próximo dela. Depois que me liguei, era como se fosse minha filha mesmo. Ela me tem como espelho de um jeito impressionante, e eu sinto todas as preocupações que um pai tem. Já falou pra alguém "Cuidado lá"? É isso. Eu sentia que tava deixando ela sozinha, e isso me machucava de verdade. Alguns anos antes, meu irmão Gabriel tinha se mudado lá pra casa. Ele é um ano mais velho que eu, filho de outra pessoa com meu pai, mas minha mãe sempre criou ele como filho dela também. Com ele lá, eu sabia que a barra ia ficar mais leve pra Denise.
Mudei pra SP com 20 anos, porque era aqui que tava concentrada a comédia stand-up. Foi uma loucura do carai! Paguei o caução do apartamento com amigos e vim com R$ 1.500 no bolso. Eu precisava me virar no mês e já corri pra arrumar um empego, consegui como telemarketing (em outro texto explico esse período e como foi muito importante)
Lembro que, assim que cheguei em SP, fui num mercadinho perto do prédio, comprar garfo, faca e uns pratos. Eu dei uma volta na rua pra entender como andava aqui na região, se ali era perigoso ou não, descobri alguns mercados, padaria, e tudo era prático, sentia que estava em um lugar daora.
Sobre meus pais, nem eles sabiam direito o que estavam sentindo. Era um misto de emoções. Acho que demorou pra ficha cair de que eu realmente tinha me mudado. Eles sempre me deram o maior apoio. Era tipo: "Se precisar de alguma coisa, me avisa que tô aqui." Nunca precisei pedir nada, mas só de saber disso já dava uma certa tranquilidade. Nem sei como eles me ajudariam, mas tenho certeza que dariam um jeito. Eles sempre dão.
Aquele Guere guere que você já sabe
“Ah Denison, valeu a pena ir pra SP?” Valeu a pena! Foi uma evolução pessoal gigantesca. Trabalhei de telemarketing numa quebrada, peguei metrô, fazia comida, marmita, viajava, escrevia pros outros, chegava de madrugada e acordava às 5h40 pra começar tudo de novo. O que me fez valorizar muito as coisas que tenho hoje. Nunca deixei de ir pra Brasília. Em todas as datas importantes, eu tô lá. Hoje, sou eu quem mando pros meus pais: "Se precisar de alguma coisa, me avisa que tô aqui." Esse sempre foi meu objetivo e consegui.
(foto: geral no colchão na sala)
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compartilho da memória do colchão na sala e os primo dormindo tudo largado, conversando até de madrugada... tempo bom
É pura verdade que Deus te abençoe sempre com saúde e muitas felicidades Te amo muito ❤️